segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
DEFENESTRAÇÃO (Luís Fernando Veríssimo)
Certas palavras tem o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A falácia Amazônica . A misteriosa falácia Negra.
Hermeneutas deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
-Os hermeneutas estão chegando!
-Lh, agora é que ninguém vai entender mais nada...
Os hemeneutas ocupariam a cidade e paralizariam todas as atividades produtivas com seus enígmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisa recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.
-Alô...
- O que é que você quer dizer com isso?...
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
- Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Plúmbeo devia ser o barulho que o corpo faz ao cair na água
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.
A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um som lúbrico. Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
-Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas...Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria assim defenestradores profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? "Nestes termos, pede defenestração..." Era uma palavra cheia de implicações. Devo tê-la usado uma ou outra vez, como em:
-Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada era a palavra exata.
Um dia finalmente procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. "Defenestração" vem do francês defenestration. Substantivo feminino, ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal,não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo.
-Les defenestrations. Devem ser proibidas.
-Sim, monsieur le ministre.
-São um escândalo nacional. Ainda mais agora, com os novos prédios.
-Sim, monsieur le ministre.
-Com prédios de três, quatro andares, ainda era admissível. Até divertido. Mas daí para cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: interdit de defenestrer. Os transgressores serão multados.. Os reincidentes serão presos.
Na bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes.
Luís Fernando Veríssimo (O Analista de Bagé. 6ª ed. Porto Alegre.L&PM ed. 1981. p. 29-31)
Hermeneutas deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
-Os hermeneutas estão chegando!
-Lh, agora é que ninguém vai entender mais nada...
Os hemeneutas ocupariam a cidade e paralizariam todas as atividades produtivas com seus enígmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisa recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.
-Alô...
- O que é que você quer dizer com isso?...
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
- Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Plúmbeo devia ser o barulho que o corpo faz ao cair na água
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.
A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um som lúbrico. Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
-Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas...Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria assim defenestradores profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? "Nestes termos, pede defenestração..." Era uma palavra cheia de implicações. Devo tê-la usado uma ou outra vez, como em:
-Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada era a palavra exata.
Um dia finalmente procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. "Defenestração" vem do francês defenestration. Substantivo feminino, ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal,não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo.
-Les defenestrations. Devem ser proibidas.
-Sim, monsieur le ministre.
-São um escândalo nacional. Ainda mais agora, com os novos prédios.
-Sim, monsieur le ministre.
-Com prédios de três, quatro andares, ainda era admissível. Até divertido. Mas daí para cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: interdit de defenestrer. Os transgressores serão multados.. Os reincidentes serão presos.
Na bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes.
Luís Fernando Veríssimo (O Analista de Bagé. 6ª ed. Porto Alegre.L&PM ed. 1981. p. 29-31)
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Crias Orgânicas
VISITE O SITE ESPECÍFICO DO PROJETO,
agora encampado pelo CONSELHO ESCOLAR DA ESCOLA MUNICIPAL JOAQUIM MIGUEL DOS SANTOS (Escola da Maromba) e com APOIO DA APROVIM ORGÂNICOS
http://criasorganicas.blogspot.com.br/
agora encampado pelo CONSELHO ESCOLAR DA ESCOLA MUNICIPAL JOAQUIM MIGUEL DOS SANTOS (Escola da Maromba) e com APOIO DA APROVIM ORGÂNICOS
http://criasorganicas.blogspot.com.br/
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Senado aprova o parto humanziado no SUS
Um grande benefício das mulheres, dos bebês e das
famílias este é o grito de comemoração entre os militantes em favor do
parto humanizado no Brasil!
Hoje todos os militantes em favor do SUS, do parto
humanizado comemoram a aprovação do projeto de lei que prevê parto
humanizado no SUS na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Isto ainda
requer a aprovação dos deputados federais da medida que altera a Lei
Orgânica da Saúde.
Mas já comemoramos que a partir disso todos os
profissionais e estabelecimentos da área de saúde mantidos pelo governo
terão que oferecer um tratamento humanizado a gestantes e
recém-nascidos.
Veja a matéria na íntegra publicada na Agência Brasil:
A notícia esta sendo amplamente divulgada na
imprensa, o que é uma boa pressão para que os deputados aprovem a
alteração da lei orgânica da saúde.
Os grande militantes em favor do parto humanizado
no Brasil, seguem na luta até que seja aprovado, bem como atentos as
definições de parto humanizado que deverá ser detalhado para que não
haja distorções.
Seguimos mais fortes, mas seguimos na luta!
Rede Cegonha, ReHuNa (Rede pela Humanização do
Parto e Nascimento), movimento da Parto do Princípio e cada uma e cada
um que acredita que é possível fazer mudanças sociais, mudando a forma
de nascer seguimos em rede com vocês!
Patrícia S C Silva
terça-feira, 24 de setembro de 2013
segunda-feira, 10 de junho de 2013
PROJETO Crias Orgânicas
Projeto
Crias Orgânicas
1 – Objetivo: Conseguir que as
Escolas da GRANDE região de Visconde de Mauá tenham merenda escolar (almoço e
lanches) SOMENTE de ALIMENTOS ORGÂNICOS.
2 - Primeira FASE: implantação no
município de Itatiaia, para depois se estender para Resende e Bocaina de Minas.
3 - Dificuldades
iniciais:
- Estrutura
Financeira - O que as escolas municipais recebem da prefeitura é alimento de
baixa qualidade e em pouca quantidade. O exemplo da Escola da Maromba é investir
uma verba advinda da colaboração espontânea de pais que participam do AMIGOS DA
ESCOLA - pais que podem colaborar com 5 reais por mês, e que neste ano
decidiram dedicar 50% desse valor pra complementar a merenda escolar.
- Estrutura Pessoal -
Não existe esse projeto e as cozinheiras tentam fazer milagre ao adequar o que
recebem com uma melhor alimentação para as crianças.
- Estrutura dos
alimentos - Pesquisar com a APROVIM a possibilidade de COOPERAÇÃO e conseguir
usar ao máximo os alimentos orgânicos que existem na região (inclusive será uma
forma de aumentar a produção, pois isso aumentará a demanda), e depois se
completar com alimentos orgânicos vindos de outras regiões do país.
4 - Por questões de
INDEPENDÊNCIA, DESBUROCRATIZAÇÂO e TRANSPARÊNCIA do projeto, não aceitaremos
apoio do Governo do Estado, nem do SEBRAE, e muito menos da ASSOMAR e MAUATUR. Teremos transparência
em TODAS as DOAÇÕES e PRODUÇÕES, usando a internet pra disponibilizar as
informações.
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Introdução:
Sou pai de 2 crianças
e estudo e trabalho profissionalmente com saúde humana e pedagogia infantil há
mais de 20 anos.
Moro no Vale do Pavão
e além de proprietário e comerciante local, tenho duas atividades que podem se
unir e fazer acontecer esse Projeto Crias Orgânicas:
- sou CONSELHEIRO
ESCOLAR da Escola da Maromba, fui na gestão passada e convidado a continuar
nessa nova gestão, que começou em MAIO 2013.
- sou editor de um
Guia alternativo, que nasceu como jornal e está passando para uma revista, e
com isso transito em toda a região, com inúmeros anunciantes que se beneficiam
das minhas publicações destinadas à melhoria do turismo, propondo um
ENVOLVIMENTO com a natureza (outros editores ainda buscam o desenvolvimento,
seguido da palavra sustentável pra aparentar uma camuflagem VERDE, mas
encobrindo a contradição de não se envolver com a natureza...).
Além dessas duas
atividades, acredito na mudança e melhoria do viver, apesar da aparente piora
da sociedade em quase todos os níveis. Fala-se muito de saúde, mas é sabido que
as doenças são uma resposta de como as pessoas optam em viver, e a questão
primeira do viver, no âmbito da manutenção do metabolismo, está na alimentação.
O Brasil é o MAIOR CONSUMIDOR de AGROTÓXICOS do MUNDO, e isso certamente
deixará sempre o Brasil como país do futuro, nunca do presente. A melhoria do
viver, que acontece no aqui e agora, passa INEVITAVELMENTE por um questionamento
alimentar.
Não vamos entrar em
questões de DIETA, seja por crenças variadas, as crenças religiosas (judeus não
comem carne de porco, por exemplo), seja as crenças de dietas como os
crudívoros (só comem alimentos crus), dos vegetarianos, dos veganos, etc. Pra
não ser excludente, esse projeto visa um benefício que atingirá a TODAS AS
DIETAS, ou seja, segue o padrão humano de ser ONÍVORO, e dentro disso,
buscaremos CARNES, VEGETAIS e GRÃOS que sejam ORGÂNICOS, e dentro disso cada
aluno e família manterá seu padrão de crenças e costumes.
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Caminho Inicial:
- contato com
APROVIM,
- contato com o
restante do Conselho Escolar da Escola da Maromba,
- contato com a
Creche da Maromba e com a Escola do Pavão.
Feito isto, teremos o
“Caminho se faz ao andar", ou seja, após os principais interessados
desejarem colaborar com o Projeto Crias Orgânicas, iremos fazer acontecer:
- conseguir
APOIADORES, ou seja, pessoas que possam dedicar um pouco de TEMPO para que o
projeto aconteça;
- conseguir
PATROCINADORES, ou seja, pessoas ou comércios que INVISTAM FINANCEIRAMENTE para
que o Projeto possa acontecer;
- a CONTRAPARTIDA do
Projeto Crias Orgânicas será uma DIVULGAÇÃO dos comércios que patrocinam, seja
com um SELO e MARCA que possam ser visualizados pelos turistas, seja por uma
PUBLICAÇÃO específica que divulgará as logomarcas dos patrocinadores,
idealizadores e realizadores, além de informações para AMPLIAR a produção e
consumo dos orgânicos em nosso país e mundo, começando por nossa casa e nossos
filhos...
Sobre as dificuldades
iniciais, a principal é a FINANCEIRA, pois devido a questões históricas e
práticas, o ALIMENTO ORGÂNICO é mais caro que o não-orgânico. Caso consigamos a
verba necessária, podemos investir na COMPRA dos orgânicos, mesmo os que a
APROVIM não possua, e poderemos fazer cursos de capacitação para os
funcionários das cozinhas das escolas.
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Material didático que
me incentivou a criar o projeto e que recomendo como BÁSICOS:
Documentários:
- O VENENO ESTÁ NA
MESA
(disponível no DVD TV Maromba #2) - aqui se mostra que o Brasil é o maior
consumidor mundial de agrotóxicos (veneno).
- BRASIL ORGÂNICO (será
disponibilizado no DVD TV Maromba #7) - aqui se mostra como o mercado de
orgânicos cresce 20% por ano e que, por exemplo, as Escolas Municipais de Campo
Grande adotaram a carne orgânica.
Outras informações:
Nasci numa época em
que a maior parte da população mundial vivia no CAMPO, e um dos maiores
problemas da humanidade era a FALTA de alimentos, gerando a FOME. Minha geração
(tenho 44 anos) viu duas grandes mudanças: Hoje a maior parte da humanidade
está nos centros URBANOS. E em termos mundiais, a OBESIDADE se torna um
problema maior que a fome e a falta de alimentos; ou seja, o problema não é
mais a QUANTIDADE e sim a QUALIDADE.
(lembrando que
uma das maiores mentiras, criada pela indústria dos agrotóxicos e repetida pela
medíocre mídia de massas, é que os alimentos orgânicos não dão conta de
alimentar a população mundial: é só buscar informação, que se sabe que isso é
possível (como sempre aconteceu na história humana) e pode RE-começar aqui, em
nosso paraíso, chamado de Visconde de Mauá...)
Rui Takeguma, 8 de
junho de 2013, escrito e idealizado na Fazenda Boa Vista, no distrito de
Mirantão, do município Bocaina de Minas/MG (sede da futura Fundação
Mantiqueira)
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IDEALIZAÇÃO - Crias do Futuro (Te&So), TV Maromba e Revista O Melhor de Visconde
de Mauá
APOIO -
PATROCÍNIO -
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Enviado para APROVIM em 10 de junho de 2013
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